Exercícios físicos no combate contra a depressão
|Postado por: Pedro Henrique|
Problema, que atinge 17% da população mundial, pode ter a solução na prática de atividade física, principalmente para os idosos
A depressão é um dos grandes problemas da sociedade moderna, e atinge
cerca de 17% da população mundial. O problema assume contornos de saúde
pública se considerarmos que, apesar de contarmos com diversas opções de
medicamentos para o trato farmacológico da depressão, somente 30 a 35%
dos pacientes depressivos respondem ao tratamento com psicofármacos.
Segundo a médica geriatra Janise Lana Leite, com especialização em
fisiologia do exercício e treinamento resistido na saúde, doença e no
envelhecimento, a solução pode estar na prática de atividade física,
principalmente para os idosos.
"A Ciência ainda não esclareceu
completamente os mecanismos que fazem da atividade física uma boa arma
contra a depressão. Mas vários estudos comprovaram que a depressão pode
prejudicar a capacidade funcional nas atividades de rotina dos idosos
(tomar banho, comer, vestir-se) e na mobilidade (caminhar ou subir e
descer degraus sem ajuda). A falta de independência no desempenho dessas
atividades pode estar associada com dores físicas crônicas, inatividade
física e medo de quedas. Rotinas de exercício que incluíram
alongamento, equilíbrio, caminhada, musculação, força e coordenação
mostraram ser eficientes na redução dos níveis de depressão para idosos
com recente histórico de quedas", diz.
Segundo a médica, por
conta de resultados como estes, pode-se afirmar que a relação entre a
atividade física e a depressão é inversamente proporcional: enquanto a
depressão promove redução da prática de atividades físicas, a atividade
física pode ser um coadjuvante na prevenção e no tratamento da depressão
no idoso.
"Independente da faixa etária, todos podem se
beneficiar do exercício físico no combate à depressão. Trata-se mesmo de
uma questão de saúde pública, já que a atividade física se apresenta
como uma forma de tratamento acessível, barata, não farmacológica e
capaz de gerar benefícios que excedem os efeitos antidepressivos,
promovendo o bem-estar biopsicossocial", revela.
De acordo com a
especialista, sobre a população idosa, é importante que os
profissionais de saúde estejam atentos e preparados para identificar e
conduzir de maneira correta o tratamento dos pacientes idosos com
depressão. "Esses profissionais têm a função de modificar o modelo
atual, cuja tendência consiste em adotar ações que visam primordialmente
à medicalização das manifestações de desequilíbrio da saúde mental. Não
existe um método melhor do que o outro: para cada caso, condutas
terapêuticas distintas podem ser as mais recomendadas."
Fonte: Revista Exame
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