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Avaliação Funcional

|Postado por: Pedro Henrique|

Um Programa de Aptidão Física, individualizado (Personal Training) ou para grupos, com metas/objetivos relacionados à promoção da Saúde & Bem-Estar, Estética ou mesmo Performance, é elaborado de acordo com princípios fisiológicos, biomecânicos e pedagógicos, com meios e métodos de treinamento criteriosamente selecionados para que os objetivos específicos dos praticantes, pessoas comuns ou atletas, sejam alcançados com sucesso.
Especificamente, a organização de Programas de Aptidão Física relacionados à promoção da Saúde e Bem-Estar vem sendo estudada por vários autores, como Franks (2007), Guiselini (2007), Griffin (2006), Heyward (2002), Guedes e Guedes (1995), entre outros. Existe um consenso comum, entre os especialistas no que diz respeito a elaboração do programa, ou seja, deve ser de acordo com uma ordem lógica que inclui três procedimentos distintos, porém interelacionados: avaliação, prescrição e aplicação prática.
Segundo Guiselini (2009) após estarem de acordo em iniciar o trabalho, estabelecida à relação comercial entre o Personal Trainer e o Aluno/Cliente, ou mesmo entre o aluno que ingressa na academia e adquire um plano, o passo seguinte é a elaboração do programa de treinamento, com orientações individualizadas, que é composto de quatro fases – avaliação, interpretação dos resultados e discussão com o aluno/cliente, prescrição do treinamento e aplicação prática - interelacionados entre si, porém cada uma com conteúdos específicos.
1a. Fase : Avaliação
  • Autorização médica e anamnese.
  • Avaliação postural, antropométrica, metabólica, neuromotora e funcional
  • Avaliação Nutricional
2ª. Fase: Interpretação dos Resultados e Discussão com o Cliente
  • Interpretação dos resultados obtidos nos testes
  • Identificação das metas/objetivos
  • Apresentação da proposta inicial.
3ª . Fase: Prescrição do Treinamento
  • Componentes da Aptidão Física relacionados à promoção da Saúde e Bem-Estar: resistência cardiorrespiratória, força e resistência muscular, flexibilidade/mobilidade, equilíbrio/estabilidade, coordenação motora e relaxamento
  • Componentes da Aptidão Física relacionados à Performance: velocidade, agilidade, potência.
  • Metodologia e métodos de treinamento.
  • Intensidade e volume.
  • Modalidades de exercícios
  • Modelos de Periodização.
4a. Fase: Aplicação Prática
  • Elaboração da aula prática: tempo de duração de cada fase, objetivos específicos.
  • Modalidades de exercícios de efeito geral e localizado.
  • Métodos e estratégias
  • Relacionamento P.T x Cliente.
Avaliação é o Primeiro Passo
Que exercício utilizar, qual método de treinamento, quantas séries e repetições, quanto tempo de duração, quantas vezes por semana, são perguntas relativamente fáceis de serem respondidas quando o professor sabe quais as metas/objetivos do aluno/cliente, suas reais necessidades e, fundamentalmente, o nível de condicionamento físico.
Para isso, deverá utilizar instrumentos de avaliação que permitam orientar adequadamente o treinamento. Por meio da avaliação, poderá determinar as sobrecargas que irá utilizar, em função da periodização e especificidade da modalidade. Este exemplo pode ser ampliado tanto para uma equipe em treinamento, no caso do esporte, ou para indivíduos que participam de um programa de treinamento personalizado ou em grupo e, sinteticamente teríamos: formulação dos objetivos, seleção dos meios e métodos (com a devida prescrição de intensidade e volume), reformulação de programas e composição da equipe, no caso do esporte ( Böhme e Dal’Molin Kiss, 2003; Brooks, 2004; Guiselini, 2009; Franks e Howley, 2007)
Avaliar capacidades ou habilidades? Esta é uma questão bastante atual, motivo de muitas discussões entre os especialistas sobre o que avaliar e a escolha dos respectivos testes que mais atendam aos propósitos do programa. De acordo com Dal’Molin Kiss e Böhme (2003), os aspectos de cineantropometria morfológica como massa, estatura, perímetros, diâmetros e comprimentos, associados a proporcionalidade, somatotipo, composição corporal e maturação sexual devem ser avaliados.
Por sua vez, em cineantropometria funcional, também são incluídas as avaliações das variáveis condicionais: resistência aeróbia (potencia e capacidade- aeróbia), resistência anaeróbia (potencia e capacidade láctica e aláctica), velocidade, força/potencia muscular e velocidade (Dal’Molin Kiss e Böhme 2003).
Questionário de histórico médico, anamnese, avaliação postural e hábitos alimentares são também utilizados na avaliação para fornecerem importantes informações para auxiliar a elaboração da prescrição de treinamento (Brooks, 2008; Griffin, 2006; Heyard, 2002).
Programas de Avaliação Física Computadorizada para Personal Trainers, Academias, Nutricionistas, Clinicas e demais interessados, estão disponíveis no mercado, dentre eles: Acadêmico Physical Test 1.0 – Avaliação Física Free; Physis Evoluiton; Physical Test 6.0; Galileu Avaliação Física Digital; Sistema de Avaliação Física Desktop (Gratuito); Training Test 2.0.0; Avaliações Saúde em Movimento.com.br.
Avaliação Funcional: como avaliar o Padrão de Movimento
Nota-se na população em geral uma tendência cada vêz maior para adquirir melhor aptidão física para viver com mais qualidade de vida, saúde e bem-estar. É muito grande o número de pessoas se esforçando para aumentar a resistência aeróbia, força e resistência muscular, flexibilidade e potencia; diminuir gordura e aumentar a massa muscular é, para muitos, o principal objetivo (Cook e Burton, 2009; Aeberg, 2006, Guiselini, 2006).
No entanto muitos praticantes são ineficientes em termos de executar os movimentos fundamentais, não são capazes de realizar corretamente habilidades motoras básicas, treinam de forma inadequada, pois não conhecem os “pontos fracos”, acabam reforçando o problema existente favorecendo o aparecimento de lesões decorrentes do treino errado.
Segundo Cook e Burton (2009) a maioria das pessoas não faz nenhuma avaliação da execução correta de padrões de movimento antes de iniciar um programa específico de força, condicionamento físico geral ou mesmo reabilitação. Por isso é essencial testar os movimentos fundamentais antes de iniciar qualquer programa de exercícios. Ao analisar os padrões de movimento e não apenas uma área específica (como por exemplo, teste de força), pode-se identificar pontos fracos e, à partir daí organizar um programa de exercícios com foco individual na área necessitada.
Se o “ponto fraco” não for identificado, o corpo começa a compensar, resultando em movimentos ineficientes e é esse tipo de ineficiência que acaba causando a diminuição de performance e aumento de lesões. (Cook e Burton, 2009, Boyle, 2004).
O Functional Movement Screen - FMS e o Sistema de Exercícios Corretivos têm como objetivo analisar os padrões fundamentais de movimento como parte para identificar os “pontos fracos” das cadeias cinéticas do corpo humano e sugere exercícios específicos para corrigi-lo. A correção, uma vez conseguida, permite maior eficiência de movimento para o individuo ou atleta, resultando em performance melhorada e diminuição do potencial de lesões(Cook e Burton, 2009).
Treinar o movimento, não o músculo de forma isolada, é o foco principal dos adeptos do Treinamento Funcional, portanto recomenda-se a utilização da Avaliação dos Padrões de Movimento – FMS, para:
1. Identificar indivíduos com alterações na estabilidade, mobilidade de ou assimetrias,
2. Auxiliar a elaboração de programas utilizando exercícios corretivos de maneira sistemática, para normalizar ou aprimorar os padrões de movimento,
3. Propiciar uma ferramenta sistemática para monitorar o progresso e desenvolvimento de padrões de movimento durante as mudanças no nível de aptidão física do aluno,
4. Criar uma base de informações sobre os movimentos funcionais que permite a classificação e dados para futuras comparações.
A prescrição do treinamento funcional tem, portanto uma forma pedagógica para adequar corretamente a seleção e aplicação dos exercícios funcionais, da mesma forma que para prescrever a intensidade, volume e duração de uma modalidade exercício aeróbio o professor utiliza a porcentagem do VO2max como valor referencia, deverá fazer a avaliação dos padrões de movimento para prescrever os exercícios funcionais.
O FMS – Functional Movement Screen, para a avaliação dos padrões de movimento, utiliza sete testes:
1. AGACHAMENTO PROFUNDO – “Deep Squat”
2. PASSO POR CIMA DA BARREIRA – “Hurdle Step”
3. AVANÇO EM LINHA – “In Line Lunge”
4. MOBILIDADE DO OMBRO – “Shoulder Mobility”
5. ELEVAÇÃO DA PERNA ESTENDIDA – “Active Straight Leg Raise
6. FLEXÃO DE BRAÇOS COM TRONCO ESTÁVEL – “Trunk Stability Push-Up”
7. ESTABILIDADE DE ROTAÇÃO – “Rotatory Stability
Veja, abaixo, exemplos de alguns testes utilizados no FMS.
Foto 1.  Agachamento Profundo - “Deep Squat”
Foto 2.Passo por Cima da Barreira - “Hurdle Step”
Foto 3. Avanço em Linha - “In Line Lunge”
 Fonte: Instituto Mauro Guiselini

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