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Crescimento desordenado do treinamento funcional coloca instituições em alerta

A Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (Semel) e a Superintendência Municipal de Controle e Convívio Urbano (SMCCU) estão juntas para tentar regulamentar atividade físicas em espaços públicos, como a orla das praias

A orla de Maceió é considerada uma das mais belas do país, desde o calçadão, passando pelo trecho de areia e o mar de águas cristalinas. De alguns anos para cá, cresceu o número de turistas e principalmente, os próprios maceioenses que frequentam a região para desfrutar das belezas, das comidas tradicionais e mais recentemente, para a prática de atividades físicas.
Uns caminham, outros correm e um grande número de pessoas praticam o famoso treinamento funcional. Da Pajuçara, passando pela Ponta Verde, Jatiúca, Cruz das Almas e Jacarecica, os profissionais de educação física e os praticantes, ávidos a perder peso, entrar em forma e conquistar o tão sonhado corpo perfeito, se multiplicam na praia.
Inúmeros são os benefícios desta atividade física. Além da tonificação muscular, o funcional implica na maior complexidade do movimento e envolvimento de várias capacidades físicas. Isso faz o organismo ter um gasto energético muito maior, além de trazer grandes contribuições, como melhora da flexibilidade, emagrecimento, otimização da coordenação motora, equilíbrio e condicionamento cardiorrespiratório. Todos esses benefícios podem ser conquistados, desde que exames médicos sejam feitos antes e depois, acompanhado por um profissional capacitado.
Porém, há também os malefícios e prejuízos referente a aplicação errada deste tipo de atividade. Se os praticantes podem sofrer com lesões pelo excesso de esforço e séries erradas, há também que seja prejudicado, mesmo sem participar do treinamento funcional.
Com o crescimento da atividade e da procura na orla de Maceió, vários profissionais tem escolhido seus espaços, em muitas vezes se apertando e pior, tirando o espaço de quem apenas deseja caminhar ou se posicionar por tempo determinado na areia da praia.
O funcionário público Antônio Santana, procurou a redação do portal MinutoEsportes, para reclamar do abuso na prática e aplicação destas atividades. “Eu costumo caminhar todas as manhãs, as vezes a noite na areia da praia e não consigo mais. Eu acho legal esse desejo pela saúde das pessoas, mas acho que todos devem ter o seu espaço. É um abuso o que estão fazendo na orla. Já falei com gente da SMCCU na praia e eles não podiam fazer nada na hora. Quem pode, então?”, questionou.
O CadaMinuto Press procurou o secretário municipal de esportes, Antônio Moura, que tem participado de ações para várias atividades físicas e modalidades esportivas, para saber sobre uma possível regulamentação do espaço na orla.
“De fato, existe uma desordem na orla e estamos tentando resolver essa situação. Todos tem direito de utilizar o espaço, mas de forma justa e dentro dos limites. Ano passado eu tive encontro com vários profissionais da área e este ano estamos intensificando isso. A Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (Semel) e a Superintendência Municipal de Controle e Convívio Urbano (SMCCU) estão juntas para tentar regulamentar essa questão. Precisamos resolver essa questão o quanto antes e atender as necessidades de todos”, explicou.
A SMCCU já vem desde o ano passado fiscalizando a orla de Maceió, promovendo a reordenação, referente aos comerciantes. Vários foram retirados e outros foram regularizados e realocados. Agora, a mesma pasta, em parceria com a Semel, tenta alinhar a questão e uma das medidas, é o pagamento de taxa de utilização de espaço, para que se torne fixo.
Mas, há também a necessidade de parceria do poder público com o Conselho Regional de Educação Física (CREF), uma vez que vários profissionais tem aplicado os treinamentos, sem o devido registro.
Em conversa recente com o presidente do CREF, Stanley Magalhães, fiscalizações são feitas constantemente, mas há a necessidade dos próprios profissionais serem atentos às irregularidades.
“A lei de 1998 regulamentou a profissão do educador físico, assim como médicos e advogados. Estamos resguardados por isso. Temos o dever de cumprir a nossa missão da melhor forma possível, mas somos os maiores fiscais da ética. É preciso que os próprios profissionais denunciem e a sociedade entenda que ao pagar por um serviço, elas tem direito ao melhor e o melhor é um profissional registrado”, lembrou.
Um dos profissionais mais conhecidos no ramo, o conhecido “Guga Loyde”, há seis anos aplicando treinamento funcional, aponta que há excessos na praia, mas que as autoridades devem ficar atentas, fiscalizar e delimitar espaços.
“Eu não posso ser antiético e apontar quem está certo e quem está errado. Mas, existem órgãos competentes que podem ver se os profissionais são capacitados, como o CREF e a prefeitura analisar se estão excedendo na utilização dos espaços. Mas, é fato que tem muita gente reclamando do seu direito de ir e vir, porque tem muita gente. Vamos esperar o que esses órgãos vão fazer e se adequar”, disse.

Fonte: Conexão Penedo

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